“O isolamento está se mostrando uma exceção das regras. Comida não é prêmio”, enfatiza pediatra Virna da Costa e Silva
Acordar cedinho, fazer as refeições nos horários certos e realizar atividades recreativas foram hábitos que o cenário de isolamento social colocou em segundo plano. Durante a pandemia foram muitas as mudanças na rotina das famílias, que passaram a realizar todas as atividades externas no ambiente domiciliar (home-office e estudos online).
E para crianças e adolescentes essa “nova realidade” vem impactando diretamente na alimentação, incorporando o costume de “beliscar” como um hábito normal. A situação, como reforça a presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Cearense de Pediatra, Dra. Virna Costa, evidencia a importância de uma reestruturação alimentar e como isso pode amenizar problemas de concentração.
A especialista reforça a atenção dos pais para o tempo de utilização de Smartfones (telas), não utilizando de compensações devido a pandemia. Outro ponto destacado pela pediatra é referente ao descanso. “Com a mudança nos horários as crianças dormem até tarde e acabam dormindo também tarde. O que prejudica a produção do hormônio do crescimento, tendo uma relação com a obesidade e o sedentarismo”, atentou.
Segundo a pediatra, com o confinamento as crianças acabam gastando menos energia, e com o aumento do consumo de produtos industrializados (refrigerante, chocolate e salgadinhos) isso pode afetar no aumento de casos de obesidade infantil pós-pandemia. “O isolamento está se mostrando uma exceção das regras. Comida não é prêmio”.
Segundo dados divulgados pela Organização Internacional World Obesity, atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo. E para mudar essa realidade é preciso uma reestruturação na rotina alimentar da família, o que reflete nos hábitos das crianças.
A pediatra Virna da Costa e Silva destaca que a reestruturação na rotina começa no cuidar das emoções dos pais, que precisaram encarar uma nova didática familiar. “Os próprios pais precisam dormir no horário e tentar ter uma rotina dentro de casa”. Confira as dicas da especialista:
Reestruturação do sono
Não pular as refeições
Diminuir a exposição da telas
Aumentar o consumo de alimentos saudáveis
Não compensar as frustrações
Incorporar atividades físicas na rotina das crianças (gincanas e brincadeiras)
“Sempre estou recomendando um hora de gincanas e brincadeiras. Toda a família precisa reaprender os hábitos normais. É muito importante evitar alimentos processados e calóricos, pois o gasto de energia está reduzido e isso acaba gerando situações de imperatividade”, pondera a pediatra.
Matéria publicada no site da Câmara Municipal de Fortaleza
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